Nossa equipe teve o imenso prazer de entrevistar duas grandes mulheres do nosso canário e assim absorvemos verdades que pairam sobre o tema ” Violência contra a mulher e assédio no trabalho.
Por: Eduardo Magregor.
Dani Salomão e Tânia Maria são as nossas entrevistadas no quadro ” DESBRAVANDO OPINIÕES “.
Tânia Maria Teixeira é pedogoga, orientadora educacional, hoje está como secretária do movimento feminino do Republicanos DF desde 2017, servidora pública mãe de três filhos e avó do Lucas Nilo.
Dani Salomão e desenvolvedora de projetos, especialista em gestão pública orçamentária e também empresária no ramo de consultoria já com 5 E-books lançados.
Acompanhem nossa entrevista:
Pergunta 01- Nos dias de hoje temos tido um aumento da violência contra a mulher. A pandemia não apenas nos trouxe medo pela Covid-19, mais desencadeou casos diários de violência doméstica/famíliar.
Neste montante de situações extremas a vitima também por muito das vezes vem a falecer .
Tania Maria, qual a sua opinião e apoio a estas mulheres que vivem nas sombras, em busca de uma luz para lhes guiar?
Na minha opinião a pandemia fez com que a violência contra a mulher viesse a tona. Na verdade essa violência já existia. Essas relações já eram marcadas pela violência, já existia a toxidade. O que o isolamento social trouxe foi a convivência direta e continua com esses algozes e as dificuldades para denunciar e buscar ajuda ficaram ainda mais restritas e a violência acabou sendo notada e falada por todos.
Nosso movimento Republicano busca dar acolhimento, divulgar os canais de denúncia, dar apoio emocional e principalmente denunciar.
Pergunta 02- Dani Salomão, o assédio pode se apresentar com diversas faces e formas, mas as mais comuns estão ligadas ao ambiente de trabalho e chegam a se dividir em moral e sexual sendo estas as que mais aparecem em denúncias.
E Infelizmente isto ainda vem a acontecer. Em sua relação livre de pensamento, como ainda nos dias de hoje isto para muitos possa passar a ser algo normal/comum ou foi só brincadeira?
Assédio? É um assunto muito pesado para mim, só quem passou por isso sabe a dor e as marcas que essa ação pode causar.
O assédio moral, é uma agressão a quem trabalha, ele mina a sua auto estima todos os dias um pouquinho, ele enfraquece a sua segurança, ele desmotiva a você sonhar e querer se desenvolver ele chega a matar a sua esperança. É uma violência que tira as suas forças e quando a pessoa assediada se dá conta já está tão mergulhada na desesperança que não acredita mais no próprio potencial.
Pergunta 03- A violência psicológica é outro mau que assola muitas famílias. Esse tipo de agressão é mascarada como ciúmes e vem a ser caracterizada por um controle abusivo em fala. Injuria e humilhações estão presentes neste ato. Tania Maria, muitos estão certos de que tudo está bem. Não está não é verdade?
A violência psicológica para mim é a pior de todas, pois deixam marcas profundas e indeléveis. São as marcas invisíveis.
A violência contra a mulher Eduardo Magregor é muito silenciosa e as promessas de mudanças, de nunca mais repetir os atos praticados nos tornam reféns emocionalmente e esse relógio tende a continuar e muitas e muitas vezes chegam as vias de fato, agressões cada vez mais fortes, humilhações, desqualificações, difamações e por fim mortes. Infelizmente, as mulheres têm a tendência de romantizar a violência e é preciso políticas públicas mais eficientes e eficazes.
Eu gostaria muito que todos vocês leitores do nosso portal de notícias, abrissem este link e assim neste exato momento pudessem enxergar uma realidade hoje inabalada, pois hoje estas grandes mulheres superaram este desafio.
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Pergunta 04- Séria demais podermos imaginar que o nosso lar seja uma representação de um lugar de harmonia, um lugar sagrado, puro e inviolável? Por que o lar se tornou o principal acolhedor destas más pessoa?
Uma frase que me chamou muita atenção enquanto eu estava a pesquisar alguns livros para ler foi.
“Existem dois tipos de pessoas más no mundo; As que fazem o mal; E as que vêem, mas não fazem nada para ajudar.”
A DENÚNCIA continua sendo o melhor caminho aos que sofrem esta violência. E aos que enxergam ela ao lado ou em qualquer outra distância que seja, também não é?
Bom, existe uma diferença grande em ter uma casa e coexistir com alguém e ter um lar, lar você tem relação afetiva com as pessoas que lá estão, existindo amor e respeito, mulheres infelizmente estão cada vez mais colocando em suas casas pessoas estranhas, sem conhecer, não namoram mais, não conversam mais, é uma necessidade de ter que morar com alguém de cara, enfim , mas isso também não dá direito de ninguém praticar atos violentos contra as parceiras. Mulheres conheçam mais seus parceiros, namorem, conversem.
Pergunta 05- Tânia Maria, a violência contra a mulher é um problema social e de saúde pública? Você concorda? E sob sugestão ao poder público, você como mulher, vendo casos de violência cada vez mais próximos. O que poderia mudar/agregar em sua visão?
A violência contra a mulher é um problema de todos nós. O Estado e o poder público tem sim uma responsabilidade imensa. Implantar leis mais rígidas e fiscalizar o cumprimento das que já existem seria, a meu ver, um grande avanço. Fazer valer de verdade.
E a participação e o envolvimento da sociedade é muito importante para que os atos covardes de violência contra nós mulheres venham diminuir sim. Denuncie. Não feche seus olhos. Estenda sua mão. Converse. Acolha. Escute.
Acredito que as mulheres precisam de mais oportunidades, de serem ouvidas e respeitadas. Se fortalecerem cada vez mais, descobrir seu valor, seu poder, buscar ajuda, se qualificar mais e mais. Denunciar. Não ter medo. Eu acredito muito nas políticas públicas esclarecedoras e de encorajamento. Cabendo também ao poder público estender cada vez mais as redes de proteção para que a mulher possa denunciar com mais confiança e segurança de que não está sozinha.
Pergunta 06- O caminho é longo e duro para estas mulheres. Percorrê-lo depende muito das oportunidades a sua frente. Elas precisam enxergar uma nova construção. Mais agora com um muro intransponível.
Dani Salomão, a capacitação profissional destas mulheres seria um abraçar de novas possibilidades? Nos fale um pouco da sua visão sobre tudo isto?
Várias mulheres permanecem na condição de reféns em suas casas, por se encontrarem em condição de total dependência emocional e financeira , sem qualificação alguma , não conseguem oportunidades para nenhuma atividade remunerada, e muito frágeis, muitas nem terminaram o ensino médio, quem dirá fazer algo após o fechamento do seu primeiro ciclo de estudo.
Cada mulher possui uma realidade de vida, o que vai definir seu sucesso não é onde ela já chegou , e sim onde quer chegar?
Ensino médio não é qualificação alguma, e sim mera obrigação nos dias de hoje, se qualificar e tornar-se realmente bom em algo específico ou em várias áreas. Hoje existem inúmeros cursos técnicos que qualificam e permitem a especialização da mulher em diversas áreas.
Fonte: Blog Olhar Digital.
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