Para PCDF, crime tem características dos ajustes de contas da gangue Comboio do Cão e pode ser resultado de uma briga entre facções rivais.
Segundo a perícia no local, os autores disparam aproximadamente 20 vezes contra o veículo, para matar o casal: cápsulas que estavam no chão foram recolhidas.
“Eles chegavam em casa e estavam sendo seguidos por um carro. Os autores desceram do veículo e atiraram nos dois”, descreveu o delegado Marcelo Guerra, da equipe de Preservação de Local de Crimes Violentos da PCDF.
Cerca de cinco horas após o duplo assassinato, os peritos ainda atuavam na cena do crime. “Os trabalhos incluem buscar identificação digitais, fazer posição dos disparos, procurar câmeras ao redor, tudo para compreender as dinâmicas dos fatos”, explicou o delegado.
Assassinato tem a marca da Comboio do Cão
De acordo com as primeiras apurações policiais, a arma usada no duplo homicídio é uma pistola calibre 9 mm.
Segundo o delegado Marcelo Guerra, há suspeita de que os supostos três autores da barbárie tenham ligação com o grupo criminoso Comboio do Cão, que atua no DF.
“Acreditamos que sim, pelo jeito que os tiros foram disparados, de rajada (disparos em sequência). Essa é a marca do Comboio do Cão”, informou o policial.
Ainda segundo ele, o casal vivia antes em Goiás. Ambos têm passagens pela polícia.
“Pode ser acerto de contas entre facções rivais. Há informações preliminares de que a vítima do sexo masculino integrava uma facção rival (o Comando Vermelho). Mas como as investigações ainda estão em andamento, só ao final podemos precisar os motivos e como ocorreu o crime”, declarou Marcelo Guerra.
A apuração do crime ficará sob responsabilidade da equipe da 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo).
Temor
O crime deixou os moradores do local assustados. Os vizinhos acompanham o trabalho da perícia (veja galeria abaixo) e colaboram contando aos policiais o que viram no momento dos homicídios.
A diarista Maria Salomé, 54, mora na região há 25 anos. Ela conta que estava em casa quando ouviu os disparos.
“Eu estava lavando roupa quando começaram os pipocos. Moro na outra rua e ainda deu para ouvir. Foram muitos tiros, parecia que estavam estourando bombinha, mas era um atrás do outro, em sequência”, narrou.
De acordo com moradores do local, o casal residia há pouco tempo naquela região. “É algo preocupante, porque não é gente que mora aqui que vem fazer esse tipo de coisa. Aqui, o pessoal se conhece. É gente que vem de fora para cometer essas barbaridades”, comentou Maria.
Fonte: Metropoles.