Aliado de Donald Trump reage a pesquisa em que Lula lidera e pede “anistia total” a apoiadores de Bolsonaro

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Um dos nomes mais próximos do ex-presidente norte-americano Donald Trump, o estrategista político Jason Miller, voltou a se manifestar sobre o cenário político brasileiro após a divulgação de uma nova pesquisa eleitoral Genial/Quaest, que aponta Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança das intenções de voto para 2026.

Em publicação feita em sua conta oficial na plataforma X (antigo Twitter), Miller afirmou que o resultado da pesquisa “explica a perseguição política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)” e cobrou uma “anistia total” aos presos políticos investigados por atos de 8 de janeiro de 2023.

“Esta pesquisa mostra por que a perseguição política contra o presidente Jair Bolsonaro está acontecendo. Se ele estivesse perdendo por 12 pontos, seria um homem livre! O Congresso brasileiro precisa acabar com a guerra jurídica do ministro Alexandre de Moraes e aprovar a anistia total hoje”, escreveu o aliado de Trump.

O cenário político revelado pela pesquisa

Segundo o levantamento da Genial/Quaest, divulgado nesta quinta-feira (9/10), Lula aparece com 35% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro, com 26%, e Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná, com 10%. Na sequência aparecem Ciro Gomes (PDT) com 9%, e os governadores Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil), ambos com 3%.

Os indecisos somam 4%, enquanto 10% declararam voto branco, nulo ou que não pretendem votar. Mesmo em cenários alternativos, como a inclusão do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), o petista se mantém como favorito.

Repercussão política e tensão institucional

O comentário de Miller surge em um momento de aparente reaproximação diplomática entre os Estados Unidos e o Brasil, após uma conversa telefônica entre Donald Trump e Lula, marcada por elogios mútuos e o anúncio de um possível encontro presencial.

Especialistas em relações internacionais destacam que essa movimentação pode representar um gesto estratégico de Trump que tenta moderar sua imagem internacional com vistas às eleições americanas e, ao mesmo tempo, uma tentativa de Lula de manter aberta a interlocução com os setores conservadores globais.

Enquanto isso, no cenário interno, o discurso de Miller reacende o debate sobre liberdade de expressão, ativismo político e limites do Judiciário, especialmente em relação às decisões do ministro Alexandre de Moraes, que seguem sendo ponto central das críticas da base bolsonarista.

Brasil dividido e o peso da opinião internacional

Para analistas políticos ouvidos pelo Portal Olhar Digital, a fala do aliado de Trump representa mais do que solidariedade ideológica: é um alerta sobre a influência crescente da política americana na narrativa da direita brasileira.

A defesa de anistia total, segundo esses especialistas, coloca pressão sobre o Congresso Nacional e tenta mobilizar o eleitorado conservador em torno de uma pauta emocional — a de que Bolsonaro e seus apoiadores seriam vítimas de perseguição judicial.

O professor de Ciência Política Marcos Mendonça resume:

“A fala de Jason Miller é simbólica porque exporta para o Brasil o mesmo discurso de injustiça usado por Trump nos Estados Unidos. A retórica de perseguição é um instrumento eficaz para unir as bases e manter a polarização viva.”

Perspectiva para 2026

Com a corrida eleitoral ainda distante, mas já aquecida, a reação internacional reforça que a disputa presidencial de 2026 será uma das mais ideológicas da história recente do Brasil.

De um lado, Lula tenta manter a imagem de estabilidade política e liderança internacional; do outro, Bolsonaro e seus aliados buscam resgatar o discurso de injustiça e vitimização política, agora com apoio de nomes internacionais de peso, como Jason Miller.

Fonte: Blog Olhar Digital