Sem qualquer notificação oficial, ministros, integrantes do Judiciário e servidores ligados ao ministro Alexandre de Moraes descobriram por conta própria que tiveram vistos de entrada nos Estados Unidos revogados pelo governo de Donald Trump.
A checagem vem sendo feita por meio de um site do Departamento de Segurança Interna dos EUA (i94.cbp.dhs.gov), que permite consultar a validade dos documentos com informações como nome, data de nascimento e número do passaporte.
Segundo relatos, foi por esse mecanismo que auxiliares de Moraes identificaram que suas autorizações de viagem já não existiam mais. A medida gerou apreensão em diversos setores do governo Lula, do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal.
Até o momento, a única autoridade brasileira formalmente comunicada sobre a revogação foi o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Já outros membros da alta cúpula seguem dependendo do “atalho digital” para confirmar se continuam ou não autorizados a entrar em território norte-americano.
A iniciativa dos EUA de restringir vistos ocorre em meio ao recrudescimento das tensões diplomáticas com o Brasil, refletindo decisões unilaterais da gestão Trump, que tem adotado políticas de maior controle migratório e de retaliação a governos e autoridades estrangeiras.
