A audiência foi realizada no Dia Mundial do Combate à Violência contra a Mulher.
Em comemoração ao Dia Mundial do Combate à Violência contra a Mulher, que é celebrado anualmente no dia 25 de novembro, a Câmara Legislativa realizou audiência pública remota ontem quinta-feira (25), com o objetivo de debater e encontrar possíveis soluções para o problema.
A audiência contou com a participação de mulheres que lutam em prol da causa. Uma delas é a deputada federal Joenia Wapichana (Rede), primeira mulher indígena a ocupar o cargo de advogada e se eleger como parlamentar na Câmara dos Deputados. Wapichana acredita que o misto de sensatez e sensibilidade na voz feminina provoca a violência contra a mulher no âmbito político. “Muitas vezes a mulher sofre essa violência na política por ter uma voz sensata, uma voz sensível, uma voz que diz quer a igualdade, o acesso, a influência, a fala”, relatou.
Já a cientista política, pesquisadora da UnB e cofundadora da ONG Elas no Poder, Letícia Medeiros, vê a diversidade de pensamentos, quando expostas de maneira saudável, como uma forma de democracia política, mas muitas vezes não é assim que ocorre quando há a presença feminina. “A violência política de gênero não está presente em uma ideologia ou outra, não está mais presente em um partido ou outro, ela está transversal em nossa sociedade e ela está em todos os grupos que fazemos parte”, afirmou.
A professora de Direito Eleitoral e Parlamentar e coordenadora da Transparência Eleitoral Brasil, Ana Claudia Santano, vê a prática de violência política de gênero sendo naturalizada, quando deveria ser combatida. “A mulher sofre diretamente com ataques, sequestros, feminicídios, ameaças e intimidações, como se os nossos corpos estivessem à disposição dos homens que ali querem dominar a política”, disse. Ana Claudia mencionou o caso do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco como “um exemplo claro” desse tipo de violência.
Paula Cristina Rothenburg, vice-presidente da Comissão de Participação Institucional Feminina do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), levou para a reunião um levantamento feito pelo TRE, que, para ela, “visa garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, económica e pública”, afirmou.
Warley Júnior (estagiário) – Agência CLDF