A crise diplomática entre os Estados Unidos e o Brasil atingiu um novo e alarmante patamar. Após uma série de declarações e atitudes consideradas ofensivas por parte do Judiciário brasileiro contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governo de Donald Trump já em articulação para um possível retorno à presidência iniciou uma ofensiva diplomática inédita contra o Brasil.
O primeiro passo foi a revogação dos vistos de entrada nos Estados Unidos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República, Paulo Gonet. A medida, que atingiu diretamente autoridades como Alexandre de Moraes, foi vista como uma retaliação direta às decisões judiciais consideradas por Trump como “interferência política” e “perseguição a um ex-chefe de Estado legitimamente eleito”.
“A decisão do ministro Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro foi uma declaração de guerra”, teria afirmado Trump a seus aliados, segundo informações divulgadas pela Folha e pela Política Livre.
Além do cancelamento de vistos, o governo norte-americano estuda medidas econômicas e estratégicas de grande impacto contra o Brasil, entre elas:
- Bloqueio do uso de satélites e sistemas de GPS em território brasileiro – o que comprometeria atividades civis, militares, comerciais e agrícolas;
- Aumento de tarifas de importação, podendo chegar a até 100% sobre produtos brasileiros;
- Sanções coordenadas com países membros da OTAN, ampliando o isolamento internacional do Brasil;
- Aplicação da Lei Magnitsky, congelando bens e proibindo transações financeiras de autoridades envolvidas, com base em acusações de abuso de poder e violações de direitos fundamentais.
Fontes próximas ao governo dos EUA afirmaram que os ministros do STF estão sendo tratados como “agentes políticos fora do controle constitucional” e que a retaliação visa proteger o que Trump chama de “princípios democráticos e liberdade de expressão” em referência à censura de contas de políticos, jornalistas e apoiadores conservadores no Brasil.
A movimentação de Trump tem apoio de uma ala conservadora do Congresso norte-americano e, segundo interlocutores, não deve recuar. A expectativa é de que as sanções comecem a ser implementadas a partir do dia 21 deste mês, marcando o início de uma semana decisiva para as relações diplomáticas entre os dois países.
“O Brasil terá uma longa semana”, teria dito um diplomata dos EUA em mensagem a aliados bolsonaristas.
Risco de isolamento internacional
Analistas internacionais alertam para o risco crescente de o Brasil ser colocado sob sanções internacionais similares às aplicadas a regimes autoritários. Especialistas em direito internacional alertam que a revogação de vistos e aplicação da Lei Magnitsky representam um sinal diplomático extremamente grave normalmente reservado a casos de corrupção sistêmica, repressão violenta ou perseguição política institucionalizada.
A crise escancara o atual abismo político entre os Poderes no Brasil e expõe a fragilidade das relações exteriores em momentos de tensão interna. Com o cenário em deterioração, cresce a pressão por diálogo, responsabilidade institucional e reconstrução da imagem do Brasil diante da comunidade internacional.
Fonte: Blog Olhar Digital.