As passagens são construídas tanto na horizontal, visando o escoamento das águas pluviais, quanto na vertical, os chamados poços de ataque e poços de visita (PVs). As estruturas são fundamentais na rede de drenagem por se posicionarem em pontos de interligação das galerias e por garantirem o acesso das equipes responsáveis pela manutenção da rede.
O projeto prevê a construção de 105 PVs. Deste total, há 63 concluídos e outros 21 poços em andamento – todos serão reforçados com concreto projetado. São seis frentes de trabalho atuando na fase de concretagem. Esta é uma das etapas mais ágeis da obra, com a previsão de execução de 30 metros por dia.
“Estamos atacando o problema principal, que é o fato do atual sistema de drenagem ter sido superado, não está mais suportando o grande volume”Hamilton Lourenço Filho, diretor técnico da Terracap
O diretor técnico da Terracap, Hamilton Lourenço, destaca que o Drenar DF chega como uma solução definitiva para os antigos problemas de inundação em áreas críticas do Plano Piloto e de outras regiões, como Taguatinga. “Estamos atacando o problema principal, que é o fato do atual sistema de drenagem ter sido superado, não está mais suportando o grande volume”, enfatiza.
Visita de servidores
O local recebeu, nesta sexta-feira (15), a visita de servidores da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). No local, os funcionários públicos foram apresentados aos detalhes técnicos do programa de escoamento e puderam acompanhar de perto a concretagem do túnel que se conecta ao reservatório.
Alexandre Anderaos, superintendente adjunto de regulação de saneamento básico da ANA, se surpreendeu com a dimensão da lagoa: “É algo que nos causa espanto pelo tamanho, quando a gente passa de carro por aqui não consegue ter dimensão do quão grande é”.
Anderaos afirma que a visita é importante para que a população tenha conhecimento sobre o avanço das obras. “Para a gente, também se trata de uma visita muito importante. Nós temos a atribuição de norma de referência de saneamento urbano e um dos componentes é a drenagem urbana. Por isso, é muito interessante a gente ver como é o projeto e como a rede será operada”, acrescenta.
Bacia de detenção
Com um investimento de R$ 174 milhões, o Drenar DF saiu do papel em janeiro deste ano, depois de duas décadas de espera. Em paralelo à construção dos túneis e galerias, é realizada a escavação de uma bacia de detenção, localizada no Setor de Embaixadas Norte. As equipes escavaram 238 mil m³ de terra. A meta é retirar 245 mil m³.
A estrutura ficará responsável por reduzir o volume de água que desemboca no Lago Paranoá. “As chuvas, especialmente aquelas primeiras que ocorrem logo após o período de seca, carregam tudo que está na rua e essa água está chegando diretamente ao Lago Paranoá, com força e velocidade semelhante ao vertedouro de uma barragem”, explica o diretor.
Além disso, o reservatório permitirá que o lixo arrastado nas enxurradas seja filtrado e que a água chegue até o destino final em menor velocidade, evitando o assoreamento do lago. Com a escavação praticamente concluída, os serviços agora se expandiram para o plantio de mudas de árvores, com o apoio da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).