O silêncio da oposição diante da operação Gotemburgo

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O Ministério Público do Distrito Federal deflagrou uma operação, na quinta-feira (10), para investigar supostas fraudes na compra de equipamentos médicos pela Secretaria de Saúde do DF. Ao todo, foram cumpridos 46 mandados judiciais na capital do país e em três estados:

✔Distrito Federal
✔Goiás
✔São Paulo
✔Rio de Janeiro

A operação de forma milagrosa silenciou totalmente a oposição ao governo Ibaneis Rocha, deputados que estavam lutando com todas as forças para na criação da CPI da Pandemia, desfaleceram com em um passo de mágica com deflagração da Operação Gotemburgo.

De acordo com a investigação, a operação “não tem relação com a pandemia do novo coronavírus”, já que as fraudes teriam ocorrido entre os anos de 2009 e 2015. A suspeita é do desvio de R$ 123,2 milhões Em nota, a Secretaria de Saúde informou que não vai se manifestar, “por se tratar de fatos ocorridos em gestões passadas”.

Os distritais que estavam diretamente ligados as gestões Arruda e Agnelo já não estão tão dispostos com a criação da tão desejada CPI da Pandemia, e as perguntas que não querem calar.

‘Se era tão importante a instauração da CPI, porque desisti justamente agora?”  Será que era apenas um palanque eleitoral para o Buriti em 2022? 

Deputados governistas  ao contrário, querem  que Operação Gotemburgo seja incluída dentro da CPI da Pandemia se a mesma for instalada e claro que isso tem assombrado a oposição.

Os deputados Hermeto (MDB) e Julia Luci (Novo) não acreditam na instalação da CPI da Pandemia, mas caso seja irão apresentar requerimentos solicitando a abrangência das investigações dos supostos casos nas gestões passadas.

 

Deputado Hermeto

“Quero que a CPI da Pandemia seja mais profunda nas investigações, incluindo no mesmo pacote os tenebrosos casos de corrupção que corroeram a saúde do DF no passado”, diz. Hermeto.

 

Deputada Julia Luci

“O meu sentimento é de que, se não foi instalada até agora, nada garante que a CPI, da qual sou signatária seja instalada em algum momento. Isso é muito ruim. A Casa está parada, tem muita coisa para se votar e muitos problemas na cidade. Estou triste com tudo que esta acontecendo. Não sou da base do governo, mas sempre torço para que ele dê certo”, disse Julia Lucy.

Operação Gotemburgo

A apuração teve início a partir do compartilhamento judicial de provas obtidas no âmbito da força-tarefa da Lava Jato, no Rio de Janeiro. À época, o processo apontou a existência de um esquema criminoso, no Distrito Federal e em outras unidades da federação, que “vendia” atas de registro de preço cadastradas pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.

A informação é de que servidores públicos da Secretaria de Saúde do DF “viabilizavam a prática das fraudes e permitiam a apropriação ilícita de uma infinidade de recursos públicos pela organização criminosa”. As ações seriam coordenadas, sobretudo, pelo ex-secretário de Saúde, Rafael de Aguiar Barbosa.

“Também havia a participação, no esquema criminoso, de funcionários e sócios de outras empresas, por meio de falsas disputas nos procedimentos licitatórios a fim de justificar as fraudadas compras de equipamentos médico-hospitalares.”

Em nota, a defesa de Rafael Barbosa informou que a decisão da Justiça que autorizou o cumprimento do mandado de busca e apreensão “parece ser um equívoco”.

“Com efeito, se a finalidade da atual medida de busca e apreensão é investigar atos supostamente praticados na gestão entre 2011 e 2015, e medida idêntica já foi cumprida há 48 dias, por ordem da mesma juíza, a pedido dos mesmos promotores, não se demonstra necessário e, tão pouco razoável, repetir o ato”, diz trecho do comunicado.

R$ 123 milhões enviados para o exterior

A partir da investigação, também foi identificado o desvio de R$ 123,2 milhões, referentes a 11 processos licitatórios na Secretaria de Saúde do DF. Os valores teriam sido transferidos para países como Suécia, China, Estados Unidos, França e Polônia.

Os pagamentos teriam ocorrido em euro e em dólar, efetuados via carta de crédito pela pasta para contas bancárias de empresas pertencentes ao grupo empresarial investigado. “Um sofisticado esquema internacional de lavagem de dinheiro”, disse o Ministério Público.

Gotemburgo

O nome da operação Gotemburgo faz alusão à cidade de mesmo nome, na Suécia, onde está localizada a sede de uma das empresas investigadas, que fabrica camas cirúrgicas.

Os suspeitos devem responder por fraude em licitação, peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no âmbito dos processos de contratação das empresas

A investigação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

*Com informações do Radar DF.