Oruam se entrega à polícia e será indiciado por associação ao Comando Vermelho; Lei defendida por Eduardo Pedrosa ganha força contra a cultura do crime

0
341

O rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, se entregou à Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta terça-feira (22), após a Justiça decretar sua prisão preventiva. Ele é acusado de associação ao tráfico de drogas, desacato, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e ligação direta com a facção criminosa Comando Vermelho (CV).

A prisão do artista, que tem mais de 10 milhões de ouvintes mensais nas plataformas digitais, é apenas o ápice de uma série de investigações conduzidas pelas autoridades fluminenses. Oruam teria abrigado um menor foragido da Justiça, conhecido como “Menor Piu”, em sua mansão no bairro do Joá, na zona oeste do Rio. Durante a abordagem policial, o cantor e amigos atiraram pedras contra agentes, ferindo um deles e danificando o veículo da corporação. Toda a ação foi registrada e divulgada nas redes sociais do próprio artista.

De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, o caso é mais grave do que aparenta. “Oruam será indiciado. Temos imagens dele com lideranças do Comando Vermelho. Ele não é artista, é marginal e bandido da pior espécie. Está associado a uma das maiores facções criminosas do Brasil, da qual seu pai, Marcinho VP, é um dos chefes”, afirmou Curi.

A repercussão nacional do caso trouxe à tona debates importantes sobre os limites da liberdade artística e o papel da música e das redes sociais na glorificação do crime. Nesse contexto, ganha destaque a atuação firme do deputado distrital Eduardo Pedrosa (DF), um dos primeiros parlamentares a defender uma lei voltada ao combate da apologia ao crime por artistas e influenciadores digitais.

A proposta de Pedrosa, que já vinha sendo apelidada nas ruas e nas redes como “Lei Anti-Oruam”, tem como objetivo proibir incentivos e contratações públicas de artistas que utilizam sua arte para propagar violência, armas, drogas e práticas criminosas, direta ou indiretamente.

“Chega de normalizar o que é criminoso. A música deve inspirar, não arrastar nossos jovens para o abismo. A prisão de Oruam mostra que estamos certos: quando o poder público se cala, o crime se fortalece. E quando temos deputados certos, os errados penam”, declarou Eduardo Pedrosa, após a repercussão da prisão.

Ainda segundo as investigações, esta é a segunda vez que foragidos da Justiça são localizados na casa de Oruam. Em fevereiro deste ano, a polícia encontrou o traficante conhecido como “Batata” com uma pistola 9mm com kit rajada e munições em um dos imóveis do cantor. Além disso, prints e vídeos indicam possível envolvimento direto com “Doca” e “Cocão”, criminosos ligados a diferentes facções.

Apesar das evidências, Oruam nega qualquer ligação com o crime organizado. Em vídeo publicado nesta madrugada, afirmou: “Não sou bandido. Tudo que conquistei foi com minha música”.

Contudo, a prisão do artista, o envolvimento direto com criminosos e a resistência à ação policial levantam um novo alerta sobre os efeitos nocivos de uma cultura que romantiza o tráfico, o armamento e o desrespeito às autoridades. Parlamentares como Eduardo Pedrosa reforçam a importância de que leis eficazes sejam aplicadas para proteger a juventude da influência destrutiva de figuras públicas que cruzam a linha do crime.

Por: Blog Olhar Digital
Informação com responsabilidade. Compromisso com a verdade.