Em mais um movimento que reacende o debate global sobre políticas migratórias e tensões internacionais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (28/11) que irá suspender “permanentemente” a entrada de imigrantes de todos os países classificados como de Terceiro Mundo. A decisão, divulgada durante a madrugada na rede Truth Social, provocou reações imediatas em diversos países incluindo o Brasil, tradicionalmente incluído nesse grupo.
Segundo Trump, a medida serviria para “permitir que o sistema americano se recupere completamente”, reforçando sua narrativa de que os EUA estariam vivendo uma crise interna alimentada por supostos erros das políticas migratórias da administração anterior.
O anúncio ocorre em um momento de alta tensão em Washington, um dia após o tiroteio próximo à Casa Branca que resultou na morte de uma militar americana. O autor dos disparos era um afegão que havia chegado aos EUA em 2021 e teve asilo aprovado já no governo Trump, fato que elevou ainda mais a pressão sobre o setor de imigração.
Trump critica imigrantes e promete deportações em massa
No comunicado, o presidente afirmou que vai:
- Cancelar as admissões concedidas na gestão Biden, inclusive processos automatizados;
- Rever todos os pedidos de asilo aprovados nos últimos anos;
- Revogar a cidadania de imigrantes que “prejudiquem a tranquilidade interna”;
- Deportar estrangeiros que considerar “fardo público” ou ameaça à segurança.
Trump ainda declarou que apenas a “imigração reversa” ou seja, deportações amplas seria capaz de restaurar a ordem nos Estados Unidos.
Reação interna: clima político tenso após tiroteio
A Casa Branca determinou uma revisão extensiva de green cards e asilos concedidos a cidadãos de 19 países considerados de “preocupação”, entre eles:
- Afeganistão
- Irã
- Somália
- Haiti
- Venezuela
- Cuba
- Iêmen
- Sudão
- Serra Leoa
- Turcomenistão
…entre outros.
A lista está prevista em uma proclamação presidencial assinada em junho.
Paralelamente, o USCIS (Serviço de Cidadania e Imigração) suspendeu por tempo indeterminado o processamento de solicitações vindas do Afeganistão.
Impacto global e repercussão no Brasil
Embora Trump não tenha listado diretamente os países que sofrerão restrições, o uso do termo “Terceiro Mundo” coloca automaticamente na mira diversas nações da Ásia, África e América Latina incluindo o Brasil, que historicamente é classificado nessa categoria.
Especialistas em política externa alertam que a medida pode gerar:
- Tensões diplomáticas;
- Insegurança entre brasileiros nos EUA;
- Aumento de deportações;
- Reforço nas barreiras de entrada e fiscalização.
Governos estrangeiros devem se manifestar oficialmente nas próximas horas, dada a gravidade da declaração e seu impacto direto sobre milhões de imigrantes.
A nova realidade da política migratória norte-americana
O anúncio de Trump marca um novo capítulo em sua estratégia de endurecimento migratório uma marca de suas campanhas e de seu primeiro mandato. O presidente insiste que grande parte dos problemas sociais e econômicos dos EUA deriva da entrada de imigrantes de países pobres, argumento amplamente contestado por estudos acadêmicos e organizações de direitos humanos.
Para especialistas, a medida pode:
- Afetar profundamente o mercado de trabalho americano,
- Estimular instabilidade econômica em países dependentes de remessas,
- Aumentar violações de direitos humanos em processos migratórios.
Trump, porém, mantém o discurso inflamado: “Os cidadãos americanos permitiram que nosso país fosse dividido, espancado e ridicularizado por opiniões estúpidas sobre imigração”, disse ele na Truth Social.
A suspensão da imigração de países do chamado Terceiro Mundo representa uma das ações mais severas já anunciadas por um presidente americano no setor migratório. O impacto político, social e diplomático deverá repercutir por semanas, enquanto governos e organismos internacionais avaliam os próximos passos.
O Portal Olhar Digital seguirá acompanhando o caso e atualizando as informações em tempo real.




