Casal formado em agronomia pela UnB se especializa nesse cultivo e expande a produção.
Tendência de aumento na procura por produtos orgânicos estimula a produção local
Em uma área de quatro hectares no Núcleo Rural Saia Velha, em Santa Maria, o casal de agrônomos Renan Pinheiro, 30, e Katiana Brandt, 32, plantam alho orgânico. O produto tem o selo da Opac Cerrado, certificadora participativa de orgânicos autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Mais de 90% do que é colhido na propriedade vai para São Paulo, o principal mercado consumidor de orgânicos do país. O restante é vendido em Brasília para empresas, feirantes que trabalham com delivery e pessoas que procuram a chácara.
A ideia de produzir alho surgiu de uma conversa com o pai de Katiana, técnico agrícola com experiência de mais de 40 anos nesse tipo de cultura. Já a decisão de fazer isso pelo sistema orgânico teve relação com o mercado e o manejo.
“A propriedade era pequena, então precisávamos de algo que tivesse maior valor agregado”, conta Renan. “Há uma tendência do consumidor em buscar mais orgânicos. Pensamos em hortaliças, mas o manejo é mais trabalhoso e elas são muito perecíveis. Aí acabamos chegando no alho.”
Assistência técnica
A Emater-DF auxiliou o casal com a adubação, na implantação do sistema de irrigação por gotejamento – já que não há rios nas proximidades – e com crédito para a ampliação da lavoura. O gerente do escritório da empresa no Gama, Kleiton Rodrigues, lembra que o negócio da família de Renan e Katiana deu tão certo que chamou a atenção de outros moradores da região.
“Muitas pessoas chegaram a nos procurar para plantar alho também, convencional e orgânico, mas veio a pandemia e os insumos ficaram muito caros”, conta. “A semente, por exemplo, vem do Sul. Aí acabaram desistindo. Mas existe um potencial na região que pode ser explorado.”
O início
Renan e Katiana iniciaram a plantação no ano passado, logo depois de chegarem a Brasília. Formados em engenharia agronômica pela UnB, eles haviam se mudado para Minas Gerais, onde Renan tinha uma fazenda de criação de gado. Retornaram para a capital federal porque queriam ficar mais perto da família e trabalhar com outra coisa. Compraram uma chácara, à qual deram o nome de Santa Helena, chamaram os pais de Katiana e começaram o novo projeto.
Na propriedade, trabalham Renan, Katiana, os pais dela, um ajudante fixo, o caseiro e, em tempos de colheita, alguns contratados sazonais. A primeira safra, colhida em setembro de 2020, tinha um hectare. Este ano, a família arrendou mais três hectares e ampliou a área plantada. Para fazer rotação de cultura, eles também cultivam abóbora japonesa.
*Com informações da agência Brasília / Emater-DF