COLUNA – DANI SALOMÃO| A violência contra a mulher é planejada minuto a minuto. Não seja mais uma vítima

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Por: Dani Salomão.

O ciclo da violência é a forma como a agressão se manifesta nas relações abusivas. Ele é composto por três etapas: a fase da tensão (quando começam os momentos de raiva, insultos e ameaças, deixando o relacionamento instável), a fase da agressão (quando o agressor se descontrola e explode violentamente, liberando a tensão acumulada) e a fase da lua de mel (o agressor pede perdão e tenta mostrar arrependimento, prometendo mudar suas ações). Esse ciclo se repete, diminuindo o tempo entre as agressões e se torna sempre mais violento. Logo, essa mulher precisa de ajuda. Não é fácil romper um relacionamento de anos com quem se tem laços afetivos fortes. Mas, compreendam que quem ama cuida, quem ama não agride, o ciclo da violência pode ser mortal.

Conforme ressaltado anteriormente, a agressão física não é o início da violência, mas sim o seu fim. Isso porque, conforme observado, existem vários tipos de violência. No contexto conjugal, existe um ciclo de violência que é constantemente repetido e pelo qual muitas mulheres passam sem perceber sua nocividade.

Como identificar uma vítima de violência doméstica

Muitas mulheres têm dificuldades de identificar se o que estão passando é de fato uma relação de agressão. Sabendo como o ciclo acontece, é possível ter mais clareza sobre isso. Dá pra fazer um teste por aqui.

Brasília na rota dos crimes contra a mulher. 
Morta após ser brutalmente espancada pelo companheiro, Luciane Simão Silva, 42 anos, vivia uma relação abusiva com o autor do crime muito antes do desfecho trágico ocorrido na madrugada de ontem (21/12). A mulher era proibida por Rondinele Pereira da Silva, 34, de trabalhar, estudar ou frequentar a academia. Suas saídas eram monitoradas, e qualquer tentativa de enfrentar o parceiro resultava em sessões de enforcamento ou socos nos olhos e nas costelas.

Na ocasião, Luciane revelou que Rondinele era ciumento e machista. O temperamento explosivo do homem foi motivo de várias discussões entre o casal. Em quase todas as brigas, ele fazia ameaças – dizia que a companheira seria morta caso ela procurasse a polícia. Por volta das 22h, Luciane insistiu em permanecer do lado de fora de casa e, por isso, foi enforcada e recebeu um forte soco no rosto, o que a deixou com um hematoma ao redor do olho.

Assustada e cansada de ser espancada, Luciane pediu medida protetiva. A Justiça determinou que o agressor deixasse a residência e não se aproximasse mais da vítima. No entanto, o casal, que tinha um filho de 10 anos, acabou se reconciliando, mas a rotina de brigas e espancamentos não cessou.