A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), traçou características de 90 casos de feminicídio e de tentativas de feminicídio, a partir de 72 inquéritos autuados entre 2019 e 2020, e de 18 processos de anos anteriores.
A CLDF produziu um relatório final sobre o tema, que será apresentado na manhã da próxima segunda-feira (3/5). O documento mostra que faca ou outro tipo de arma branca foi utilizada em 68,88% dos casos. Arma de fogo foi o segundo meio mais escolhido pelos assassinos: está presente em 11,11% das ocorrências.
Também foram registradas mortes por queimaduras (5,55%), asfixiamento (4,44%), paulada (2,22%) e espancamento (1,11%). Não houve esclarecimento sobre a arma usada em 6,66% dos feminicídios.
A maioria dos assassinatos analisados (72,2%) foi motivada por conflitos relativos à manutenção da relação, como suspeita de traição, não aceitação do término ou de um novo relacionamento da mulher.
Segundo o relatório, 41 dos 90 processos foram registrafos sem os dados de cor das vítimas. Dos 49 casos em que a cor foi registrada, em 79,5% deles as vítimas eram negras e pardas, e 20,4%, brancas.
Outra característica que o relatório assume é a questão da vulnerabilidade. Em nove processos nos quais há informação sobre a renda, as vítimas não tinham recursos financeiros próprios e dependiam financeiramente de outras pessoas.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal fará 50 recomendações ao Governo do Distrito Federal, Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT). O colegiado também apresentará um pacote de projetos de lei abrangendo diferentes temas.
” Os trabalhos foram realizados durante 11 meses avaliando 90 processos enviados pelo TJDFT, 14 audiências com especialistas e oitivas de autoridades, foram 17 visitas a serviços de atendimento à mulher e de prevenção à violência “.
Fonte: Blog Olhar Digital.
