A crise das bebidas contaminadas por metanol tem provocado um verdadeiro colapso de confiança no consumo de destilados em todo o país. O alerta, que começou com casos em São Paulo, já resultou em duas mortes confirmadas e mais de 180 notificações suspeitas de intoxicação, levando bares, restaurantes e consumidores a mudarem hábitos e a imprensa internacional a repercutir o caso.
Pânico nacional e repercussão global
O escândalo ganhou as manchetes de veículos internacionais como ABC News (EUA), The Independent (Reino Unido), France 24 (França) e The Week (Índia), que destacaram o “medo crescente entre os brasileiros” e o colapso na confiança de bebidas tradicionais.
O canal francês France 24 chegou a afirmar que “as caipirinhas foram canceladas”, em alusão ao símbolo da cultura brasileira que agora sofre rejeição até mesmo em bares sofisticados de São Paulo. Segundo a reportagem, muitos consumidores passaram a evitar gim, vodca e cachaça, receosos de intoxicação.
Nos Estados Unidos, a ABC News destacou o impacto econômico da crise, com bares registrando queda acentuada no movimento noturno e cancelamentos de reservas em regiões tradicionalmente agitadas. Já o jornal britânico The Independent classificou o episódio como um “pânico de saúde pública sem precedentes” no país.
Investigações apontam envolvimento do crime organizado
De acordo com informações da Polícia Federal, as apurações indicam que facções criminosas podem estar envolvidas na produção e distribuição de bebidas adulteradas com metanol — uma substância altamente tóxica usada em combustíveis e solventes.
Há suspeitas de que o químico tenha sido utilizado para limpar garrafas de bebidas originais reutilizadas ilegalmente, sem o devido enxágue. Resíduos do produto teriam permanecido nos recipientes, provocando intoxicações graves e mortes.
Enquanto a PF busca identificar as origens do esquema nacional, a Polícia Civil de São Paulo segue uma linha paralela de investigação, centrada em quadrilhas que falsificam rótulos e selos fiscais de marcas conhecidas.
Governo age para conter a crise
Diante da gravidade da situação, o Ministério da Saúde anunciou a compra emergencial de antídotos vindos do Japão: 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades de fomepizol, medicamento usado em hospitais para tratar envenenamentos por metanol.
A pasta também reforçou alertas sobre os sintomas da intoxicação, que incluem visão turva, náuseas, dores abdominais e perda de consciência e pediu que a população só consuma bebidas de origem comprovada.
Setor de bares e restaurantes teme colapso econômico
Estabelecimentos em várias capitais relatam queda brusca nas vendas de bebidas destiladas e aumento no consumo de coquetéis sem álcool. Alguns bares chegaram a suspender totalmente a comercialização de drinques tradicionais.
“Estamos recebendo cancelamentos até para eventos particulares. As pessoas estão com medo”, contou um empresário da zona sul de São Paulo que pediu anonimato.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) afirmou que o episódio é um dos piores já enfrentados pelo setor e pediu fiscalização imediata e rigorosa para evitar novas tragédias e recuperar a confiança do público.
Risco e alerta à população
O metanol, quando ingerido, pode causar cegueira, falência renal e morte. Segundo especialistas, o perigo é maior em bebidas de procedência duvidosa, especialmente quando vendidas a preços muito abaixo do mercado ou sem selo de controle da Receita Federal.
Enquanto as investigações seguem, o Brasil vive uma das maiores crises de segurança alimentar líquida de sua história recente e o símbolo da alegria nacional, a caipirinha, virou o novo retrato da desconfiança.
Fonte: Dados apurados com base em reportagens e órgãos oficiais de saúde.