A deflagração da Operação Compliance Zero, que levou à prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e à apreensão de documentos ligados a um esquema milionário de emissão de títulos de crédito falsos, provocou impactos políticos e institucionais em Brasília. Embora as investigações não apontem falhas estruturais no Banco de Brasília (BRB), a Justiça decidiu pelo afastamento cautelar do presidente Paulo Henrique Costa e do diretor financeiro da instituição.
Segundo especialistas ouvidos por diferentes veículos, trata-se de uma medida padrão em investigações de natureza bancária, sem presunção de culpa e sem qualquer indicativo de participação do governador Ibaneis Rocha ou da estrutura do GDF no caso.
Compra do Master pelo BRB: operação foi oficialmente rejeitada pelo Banco Central antes das investigações
Um dos pontos centrais que desmontam narrativas políticas distorcidas é o fato de que:
O Banco Central rejeitou a compra do Banco Master pelo BRB antes da operação policial.
Esse indeferimento:
- anulou o acordo de aquisição;
- encerrou a transação que havia sido anunciada em março de 2025;
- e comprovou que o BRB não absorveu ativos, dívidas ou passivos do Master.
O veto do BC foi a etapa final do processo regulatório, tornando impossível a consumação do negócio. A compra, portanto, não existia mais, nem produzia efeitos jurídicos no BRB quando a PF deflagrou a investigação sobre o Master.
Ou seja: não há qualquer relação financeira de responsabilidade do BRB sobre os crimes do Master.
Por que o presidente do BRB foi afastado?
O afastamento de Paulo Henrique Costa que estava nos Estados Unidos fazendo curso em Harvard decorre de:
Ato judicial preventivo, não punitivo, para permitir investigação independente.
A justificativa:
- preservar documentos;
- evitar influência sobre servidores durante diligências;
- permitir total acesso da PF às dependências do banco.
Importante destacar:
- Nenhuma prisão foi decretada contra dirigentes do BRB;
- Não há acusações formais contra Costa ou a diretoria;
- A medida é comum em investigações financeiras, mesmo quando não há culpa ou dolo.
O próprio BRB informou que atua em conformidade com compliance, presta informações regulares ao MPF e ao Banco Central, e mantém todas as operações funcionando normalmente.
A responsabilidade pelo rombo é do Banco Master, não do BRB
Especialistas em regulação financeira consultados são unânimes:
“Os crimes investigados são internos do Banco Master, decorrentes de gestão fraudulenta, sem participação operacional do BRB.”
A PF apura:
- emissão de títulos falsos;
- manipulação contábil;
- operações feitas por dentro do Master, sem ingerência do BRB.
Portanto, atribuir responsabilidade ao BRB ou ao governo do DF representa erro técnico e político, já que:
- o BRB não participou das fraudes;
- o negócio de compra havia sido cancelado pelo Banco Central;
- o Master é instituição privada, com seus próprios dirigentes, todos investigados;
- o GDF não tem ingerência sobre auditorias internas do Master.
O dinheiro pode voltar ao BRB? Sim — por mecanismos de recuperação de crédito e ressarcimento
Especialistas financeiros apontam que, caso o BRB tenha exposição mínima ao Master por operações anteriores, o retorno de recursos é possível por meio de:
- execução de garantias;
- cobrança judicial de contratos;
- ação regressiva contra a massa falida ou os responsáveis;
- mecanismos de compensação previstos pelo Banco Central;
- seguro de crédito e fundos de provisionamento já previstos no BRB.
Ou seja: qualquer impacto é administrável, recuperável e limitado, sem risco para clientes, servidores ou contas públicas.
GDF reage com firmeza e garante estabilidade total no BRB
Após as decisões judiciais, o Governo do Distrito Federal foi rápido ao reafirmar:
- estabilidade nas operações;
- continuidade total de serviços;
- solidez financeira da instituição;
- reforço de auditorias internas;
- cooperação integral com órgãos federais.
A nomeação de Celso Eloi de Souza Cavalhero como presidente interino — servidor experiente da Caixa e superintendente do BRB — reforça a postura técnica do GDF diante de um momento delicado.
Quebra de narrativa política: ataques distorcem fatos e tentam vincular governo a investigação privada
Analistas políticos observam que alguns deputados distritais da oposição tentam:
- transformar investigação técnica em disputa partidária;
- responsabilizar o governador por ação que não envolve o GDF;
- ignorar que a fraude ocorreu dentro de uma instituição privada;
- omitir que a compra do Master havia sido cancelada meses antes.
Especialistas destacam:
“Não há relação jurídica entre o governador e a gestão operacional do Banco Master. Vincular as duas coisas é narrativa sem base técnica.”
Além disso, parlamentares críticos ignoram escândalos graves envolvendo seus próprios partidos como casos já investigados e confirmados nacionalmente enquanto tentam politizar uma investigação que atinge apenas dirigentes privados.
Resumo técnico e conclusivo
- A fraude ocorreu dentro do Banco Master.
- O BRB não participou das irregularidades.
- A compra do Master estava cancelada pelo Banco Central.
- O afastamento da diretoria do BRB é cautelar, não punitivo.
- O GDF reforçou governança, auditoria e estabilidade.
- O BRB segue sólido, estável e sem risco aos clientes.
- Qualquer valor eventualmente exposto pode ser recuperado por mecanismos jurídicos.
- Narrativas políticas contra o governador não têm respaldo técnico nem jurídico.
Fonte: Blog Olhar Digital








