ELEIÇÕES BRASILEIRAS: FÁBRICA DE FALÁCIA E ILUSÕES CÍCLICAS

0
155
Falácia significa: fraude, mentira, engano.

Em 15 de novembro de 1889(século XIX) ocorreu a proclamação da República do Brasil. Este ato ficou conhecido na História como golpe político-militar, porque foram os militares que proclamaram a república, ou seja, instalaram a forma republicana(contrário à monarquia vigente)sistema representativo e o regime democrático de governo que temos até hoje e consta do art. 34, inciso VII, alínea “a”da atual Constituição Federal.

Neste momento muito leitor deve estar dizendo a si mesmo: – Meus Deus, como pode?!? Então, foram os militares que instauraram a República? E, logo, com um golpe militar?!? Como pode?!?

Pois, é. Pode, sim! Aliás, você precisa saber também que os 02 (dois) primeiros presidentes do Brasil republicano foram militares:

1 – Deodoro da Fonseca: militar e político(governou de 1889 a 1891).

2 –  Floriano Peixoto: militar e político(governou de 1891 a 1894).

3 – Prudente de Morais: o primeiro presidente civil do Brasil (governou de 1894 a 1898).

Comece por observar que nada impede a pessoa de ser militar e político. Pois, bem! O governo do civil Prudente de Morais, que era representante dos grandes fazendeiros e ricaços oligárquicos do Brasil, ficou marcado por ter massacrado os pobres revolucionários da Bahia, que junto com o cearense Antônio Conselheiro imploravam por menos pobreza e miséria para os pobres e miseráveis do Brasil, na famosa e distorcida Guerra dos Canudos.

Prudente de Morais mandou seu ministro da guerra, Marechal Bittencourt, para a Bahia e determinou que acendessem o fogo dos canhões e bombardeasse os campesinos de Antônio Conselheiro até não sobrar um sequer. Foi assim que aconteceu. Por isto eu detesto as fantasias políticas e os ignorantes que deturpam os fatos ou que não se permitem ensinar e saber que o melhor para o Brasil não reside em ser militar ou civil, mas em ser um político que ame mais a Nação que o Estado, como explico em meu livro “O dilema da lealdade dividida entre Nação e Estado e as doutrinas sociais que governam o mundo”.

Findo o desastroso governo civil de Prudente de Morais em 1898, muito doente ele se retira do cenário político e assume outro presidente civil, Campos Sales (governou de 1898 a 1902. Suas medidas econômicas historicamente desastrosas fez com que saísse da presidência, literalmente, debaixo de vaias. A população uma espécie cordão por onde seu trem passava e vaiavam esse segundo presidente civil, incessantemente.

De 1902 a 1906 assume outro presidente civil, Rodrigues Alves e a ele segue outro presidente civil, Afonso Pena, que governou de 1906 a 1909, com o lema “Governar é povoar, portanto, vamos povoar e conquistar todos os cantos do Brasil”. Afonso Pena morre em 1909 e para tapar o mandato assume o quinto presidente civil, Nilo Peçanha, (junho de 1909 a novembro de 1910), com uma importante política agricultural e hortifrutigranjeira que até hoje faz do Brasil um país pouco dedicado à industrialização e à pesquisa científica e tecnológica.

Em 1910, a Bahia lança Rui Barbosa e Minas Gerais associa-se ao Sul do País para lançar o militar e político, Marechal de Exército, HERMES RODRIGUES  DA FONSECA que ganha as apertadas eleições.

Ora, impossível historicamente ignorar que a maior parcela do povo republicano da época quis eleger outro militar. Interessante lembrar que dentre os temas dos discursos dos presidenciáveis, em 1910 (Século passado), a corrupção e a fraude política dominavam.

Sendo assim, com este primeiro artigo e os outros que virão, seguirei demonstrando que nesses 200 anos de República Democrática, o Brasil já teve 38 presidentes e, quer saber, nenhum deles amou a Nação brasileira mais que ao Estado. Sabe porque? Porque o Estado representa a grande máquina que gera dinheiro e propicia negociatas e esquemas unipessoais e pluripessoais, simples e complexos, unitário ou sistêmico de corrupção política, como tantos dos escândalos que conhecemos, inclusive, a Lava Jato.

A Nação, representada pelo povo sofrido, infelizmente também não ajuda. Eis que ao invés de se deixar educar e ensinar para se prevenir contra as dezenas de FALÁCIAS(fraudes e mentiras políticas), abraça, carrega no colo e canta canções de ninar para seus “bandidos honrados” e seus ladrões que “roubam mas fazem”.

Recentemente fui passar uns dias numa roça de parentes de minha esposa(tem vídeo no meu canal do YouTube “Escritor Judivan Vieira”), lá por Lagoa Grande-MG. Quando comprei o gostoso queijo mineiro para levar para casa, e outros para presentear amigos, fiquei pensando como o Estado brasileiro se parece com um grande e saboroso queijo mineiro,  para ratos que a cada eleição só pensam em devorá-lo…

Ao final, a cada eleição convenço-me que o maior empecilho a que o Brasil alcance sua vocação de país hegemônico, dominante e desenvolvido para sua Nação, para seu povo, não é sermos governados por militares ou civis, mas por políticos de caráter imprestável e corrupto.

Até breve!

Judivan J. Vieira

PhD em Ciências Jurídicas e Sociais

Escritor/Writer – Premiado/Awarded by ILBA, USA

Palestrante/Lecturer/Conferenciante

Procurador Federal-aposentado/Fiscal Federal-jubilado/Federal Attorney- Retired

Instagram: judivan.j.vieira   /    Facebook: judivan.j.viera

www.paralelo43.com.br

https://www.chiadobooks.com/pesquisa?q=Judivan+Vieira

(Phone number in Brazil is: +55-61-99988 3929)