Emergencial e temporário, Cartão Prato Cheio completa seis meses fornecendo refeições a pessoas em vulnerabilidade, com repasse de R$ 38,6 milhões.
Em uma casa no Recanto das Emas, Patrícia dos Santos, de 30 anos, vive com os três filhos, dois dos quais têm necessidades especiais. Sozinha, ela precisou deixar o trabalho de encarregada de serviços gerais e conta que sobreviver é uma luta diária – ainda mais no contexto da pandemia de Covid-19. Mas sua situação encontra amparo no Cartão Prato Cheio, benefício que garante o sustento da família. Ela é uma das mais de 31 mil pessoas que têm acesso ao crédito mensal do programa emergencial.
“Hoje eu posso escolher meu arroz, meu feijão, minha carne, o que colocar na mesa para meus filhos comerem, e comerem bem”, afirma. “O cartão dá muito mais possibilidades, dá direito de escolha mesmo. É maravilhoso. Não tem comparação. Além de ter oportunidade de pegar as coisas que fazem sentido para a nossa realidade de casa, o cartão ainda rende mais que uma cesta básica.”
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Administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e implementado em maio deste ano em caráter temporário, o benefício tem atendimento previsto de aproximadamente oito mil pessoas em situação de insegurança alimentar que já recebiam cestas in natura – mas vai muito além. Ao completar seis meses, o Cartão Prato Cheio registra R$ 38,6 milhões em repasses mensais para 31.040 famílias espalhadas por todas as regiões administrativas do Distrito Federal.
R$ 38,6 milhõessão repassados mensalmente, pelo Cartão Prato Cheio, para 31.040 famílias no DF
“Tivemos um aumento de mais de 280% na concessão do benefício”, informa a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha. “Isso mostra o esforço que o governo vem fazendo para minimizar os impactos dessa pandemia, principalmente para as famílias mais vulneráveis da nossa cidade. Com o crédito no cartão no valor de R$ 250, as famílias passaram a ter o poder de compra, de escolher os produtos que vão comer, e ainda movimentam a economia.”
“Tivemos um aumento de mais de 280% na concessão do benefício. Isso mostra o esforço que o governo vem fazendo para minimizar os impactos dessa pandemia, principalmente para as famílias mais vulneráveis da nossa cidade”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social
O auxílio é destinado às famílias que já fizeram a requisição da cesta de alimentos em alguma unidade do Centro de Referência da Assistência Social (Cras), do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) ou pelo teleatendimento durante esse período da pandemia de coronavírus.
Em abril, Thaynara Gomes Bispo dos Santos, 25 anos, solicitou cesta básica emergencial e teve o benefício convertido automaticamente no mês seguinte. “Esse cartão é o que está me salvando”, diz a moradora do Paranoá. Mãe de três crianças, ela as sustentava como diarista, mas a pandemia reduziu suas chances de trabalho. “É com o cartão que consigo comprar comida”, explica. “Chego no supermercado e posso escolher o que levar para casa. Isso faz com que seja melhor que a cesta básica”.
Uso é diverso
A subsecretária de Segurança Alimentar e Nutricional da Sedes, Karla Lisboa, relata que há uso diversificado do cartão, sendo 67% gastos em supermercados, 20% em atacados e o restante em outros estabelecimentos, como restaurantes e padarias. “Esse benefício permite que as famílias adquiram gêneros alimentícios de que mais precisam no momento oportuno e, o mais importante, perto de suas residências”, valoriza.
De acordo com ela, isso garante a segurança alimentar nutricional em quantidade e qualidade suficiente para a família, com “comida de verdade” – arroz, feijão, carne, verduras e frutas – e gêneros básicos da alimentação. O uso é restrito a estabelecimentos alimentícios. Por isso, o cartão não está habilitado para a função saque.
Quem pode receber
Têm direito ao benefício as famílias residentes no DF com renda per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (R$ 522,50) e que se declarem em situação de insegurança alimentar. O cartão pode ser concedido juntamente a outros benefícios socioassistenciais, como o Bolsa Família e o DF sem Miséria, desde que a família atenda os critérios de elegibilidade. Mesmo assim, nem todos os habilitados para receber o benefício pegaram seus cartões nesses seis meses.
“Tínhamos oito mil parados e fizemos uma busca ativa por essas pessoas; conseguimos alcançar muitos, mas 3,7 mil ainda não buscaram”, contabiliza Karla Lisboa.
Para saber se está apta a receber o benefício e onde pode buscar o cartão, a pessoa pode fazer uma consulta no site do Banco de Brasília (BRB) ou procurar as unidades assistenciais.
Fonte: Agência Brasília.