Governo do Distrito Federal: Arte e cultura na W3 Sul

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Proposta de criação de corredor cultural, na altura do Espaço Renato Russo, é um dos braços da nova cara da via comercial mais antiga de Brasília.

Para o secretário de Cultura Bartolomeu Rodrigues, o Espaço Cultural Renato Russo é uma peça-chave para o sucesso do projeto.

Com o objetivo de estimular o comércio e revitalizar uma das vias mais antigas de Brasília, o Governo do Distrito Federal (GDF) estuda criar um corredor cultural e econômico na W3 Sul. O projeto, elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio-DF) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF) prevê uma faixa de atividades aos domingos e feriados entre as superquadras 504 e 508 Sul.

São nesses dias que a via é fechada ao trânsito de veículos, entre as quadras 3 e 15, sendo liberada exclusivamente à circulação de pedestres e ciclistas, das 6h às 17h, exercendo um papel de rua do esporte e lazer com o Viva W3. A proposta das duas entidades foi encaminhada ao governador Ibaneis Rocha e está sob análise das secretarias de Economia, de Cultura e Economia Criativa, e de Turismo.

O corredor cultural terá exposições e feiras gastronômicas, artesanais e de produtos agrícolas, além de apresentações musicais, teatro e rodas de leitura. A modernização do espaço do Sesc na 504 é outra proposta dos comerciantes. “A W3 Sul tem várias vocações e a cultura é uma delas. O governo não tem medido esforços para reativar a importância histórica da via entre obras, espaço de esporte e lazer e, agora, a cultura”, ressalta o secretário de Governo José Humberto.

Renato Russo
É entre as superquadras do corredor da W3 que está um dos seus equipamentos públicos mais emblemáticos: o Espaço Cultural Renato Russo (http://www.cultura.df.gov.br/508sul/). O local, hoje multiuso com biblioteca, gibiteca, três salas de apresentação e galerias de arte, representa atualmente para Brasília o que foram nos anos 60 os teatros Galpão e Galpãozinho: duas referências da produção de artistas brasilienses. O próprio Renato Russo, ainda com a alcova de Trovador Solitário, se apresentou por lá.

Gerenciado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o centro de exposições e teatro está localizado na 508 Sul e é, segundo o secretário Bartolomeu Rodrigues, uma peça-chave para o sucesso desse projeto. “Não se pode pensar na revitalização da W3 Sul sem o uso do Espaço Renato Russo e sua importante contribuição de produção da arte e entretenimento para a cidade”, diz ele.

A intervenção da economia criativa de transformar espaços públicos pouco valorizados ou esquecidos por meio da arte e da cultura é uma tendência mundial. É com esse olhar que a Secretaria de Turismo aposta nos atrativos que o corredor cultural vai criar na cidade. “É muito importante que o nosso governo promova tantas ações de resignificação de um dos símbolos de Brasília que se tornou a W3 dando luz também à arte urbana e aos artistas locais. Estou bastante otimista com o que virá”, comenta a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça.

Para o presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, o corredor cultural como parte do Viva W3 é uma forma de incentivar a economia local, atraindo empresários e gerando emprego e renda. “A medida que o projeto for dando certo, vamos ampliando as atividades”, adianta.

À frente também da proposta, o presidente da CDL-DF, José Carlos Magalhães, aposta em outra meta do projeto: a de reaproximar os moradores na via mais antiga da cidade. “Foram anos sem investimento na W3 Sul, então é natural que as pessoas esqueçam desse lugar. Porém, queremos que ela volte a ser um ponto de encontro”, comenta.

A W3 Sul é fechada aos domingos e feriados para esporte e lazer de pedestres e ciclistas |  Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Viva W3
O Viva W3 foi lançado em junho deste ano e faz parte do projeto de revitalização da avenida. O projeto também surgiu como uma opção de lazer gratuita e ao ar livre quando o Parque da Cidade D. Sarah Kubitschek estava fechado, devido à pandemia de Covid-19. Na ocasião, só o Eixão do Lazer passou a ser liberado.

“Estamos lidando com um projeto dinâmico, aberto ao diálogo com todas as representações da comunidade. Quando a revitalização de uma via icônica como a W3 coloca luz sobre as transformações, ela afasta a criminalidade, fomenta o comércio, atrai o turismo e amplia as oportunidades gratuitas de lazer e cultura para a população”, aposta a secretária executiva de Políticas Públicas da Secretaria de Governo, Meire Motta.

Meire Motta, da Secretaria de Governo explica que o Viva W3 é um projeto dinâmico e aberto ao diálogo com a comunidade | Foto: Renato Alves / Agência Brasília

Obras e infraestrutura
A reforma da W3 Sul segue sem pausa, mesmo em contexto de pandemia. A revitalização de mais um conjunto de quadras está 80% executada e novas licitações estão em andamento para abarcar toda extensão da via. Com investimento total de R$ 24,8 milhões e geração de 800 empregos diretos e indiretos, o projeto prevê requalificação com melhoria no sistema viário e no fluxo de pedestres com acessibilidade.

Quem passa pelas superquadras 509 e 510 percebe: de segunda a sábado, equipes trabalham empenhadas em finalizar as intervenções coordenadas pela Secretaria de Obras e Infraestrutura, com serviços complementares tocados pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). De acordo com à Subsecretaria de Acompanhamento e Fiscalização de Obras, faltam só 20% de execução para que tudo fique pronto.

A Secretaria de Economia acompanha as propostas de criação do corredor cultural na W3 Sul. Para o secretário André Clemente, todo o investimento feito na revitalização da via atende uma demanda histórica do setor produtivo da região, feito só agora pela atual gestão. “O governador Ibaneis está cuidando da infraestrutura de Brasília e resgatando espaços importantes para convivência, manifestações culturais e ações esportivas”, conclui.