Agremiações consideradas do Centrão, incluindo o MDB do governador do DF, venceram na maior parte das cidades no domingo (29/11)
O resultado do segundo turno das eleições municipais, divulgado na noite do domingo (29/11), reforçaram o que o primeiro turno já antecipou: o Centrão se sagrou vencedor na maior parte das capitais e grandes centros urbanos do país. Nem a esquerda tampouco a extrema direita tiveram o reconhecimento dos eleitores, que optaram, na média nacional, por nomes que transitam entre as duas alas ideológicas.
Em Brasília, a maior parte desses partidos integra a base de apoio ao governador Ibaneis Rocha (MDB). Além do próprio MDB, sigla pela qual o chefe do Executivo foi eleito em 2018, há ainda agremiações como o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), o Partido Social Democrático (PSD) e Progressistas (PP), as quais tiveram destaque após a apuração das urnas, de acordo com a Justiça Eleitoral.
“De 12 cidades que o MDB estava no segundo turno, o partido ganhou em 10. Isso só aumenta nossa responsabilidade. Viva a democracia”, comemorou o presidente nacional do partido, deputado federal Baleia Rossi (SP) pelo Twitter.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o partido de Ibaneis elegeu cinco prefeitos de capitais. O número supera o resultado dos tucanos, que, em 2016, foram consagrados vitoriosos em Sete capitais. Os partidos DEM e PSDB empatam no segundo lugar, com quatro prefeitos cada um. PDT, PSD e PP conquistaram duas capitais cada.
Embora não reflita de forma fiel um eventual cenário no Distrito Federal daqui a dois anos, o resultado das urnas sinaliza, apesar do alto número de abstenções, que o eleitorado brasileiro descartou nomes considerados fortes, mas que carregam o estigma de uma bandeira extremista.
Para se ter ideia, das 15 cidades em que disputava o 2º turno, o Partido dos Trabalhadores (PT) foi derrotado em 11. A legenda só conseguiu eleger os prefeitos de Juiz de Fora (MG), Contagem (MG), Diadema (SP) e Mauá (SP).
Dos partidos que integram a esquerda ideológica, houve também fracassos do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) que, mesmo com as pesquisas indicando chances reais de vitória em São Paulo – com Guilherme Boulos – e em Porto Alegre – com Manuela d’Ávila –, a sigla acabou fracassando na tentativa de comandar duas das principais capitais do país.
Apenas em Belém, o deputado federal Edmilson Rodrigues (PSol) foi anunciado como vencedor por ter recebido 51,76% dos votos válidos. Somente o PDT, do ex-presidenciável Ciro Gomes, e o PSB se saíram bem com os resultados deste domingo.
![](https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2020/10/30155416/Medicos-intubam-Maguito-em-funcao-de-piora-no-quadro-de-saude.jpg)
Maguito Vilela (MDB) foi eleito prefeito de Goiânia, mesmo internado em SP por Covid-19.
![](https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2020/11/29202710/Bruno-Covas-PSDB-e-o-governador-Joa%CC%83o-Do%CC%81ria-PSDB-durante-coletiva-de-vitoria-eleicoes-sp-3-1024x683.jpeg)
Bruno Covas (PSDB) foi eleito em São Paulo.
![](https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2020/11/29111952/Paes-Votando-1024x684.jpg)
Eduardo Paes (DEM) venceu no Rio de Janeiro.
![](https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2020/11/29091008/Manuela-DAvila-1.jpg)
Da esquerda, Manuela D’Ávila (PCdoB) foi derrotada em Porto Alegre.
![Guilhermr Boulos aparece na varanda e agradece o apoio 9](https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2020/11/29194759/Guilhermr-Boulos-aparece-na-varanda-e-agradece-o-apoio-9-1024x683.jpeg)
Do PSol, Boulos acabou derrotado por Bruno CovasRafaela Felicciano/Metrópoles
![](https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2020/10/30155416/Medicos-intubam-Maguito-em-funcao-de-piora-no-quadro-de-saude.jpg)
Maguito Vilela (MDB) foi eleito prefeito de Goiânia, mesmo internado em SP por Covid-19Reprodução/Instagram
![](https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2020/11/29202710/Bruno-Covas-PSDB-e-o-governador-Joa%CC%83o-Do%CC%81ria-PSDB-durante-coletiva-de-vitoria-eleicoes-sp-3-1024x683.jpeg)
Bruno Covas (PSDB) foi eleito em São PauloFábio Vieira/Especial Metró
Extrema direita
Por outro lado, os candidatos de extrema direita, apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), acabaram com resultado negativo, de acordo com informações da Justiça Eleitoral.
O panorama mais emblemático foi registrado na cidade do Rio de Janeiro, colégio eleitoral do titular do Palácio do Planalto, e qual decidiu nas urnas não conceder mais um mandato ao atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que tentava a reeleição. O ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), apoiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), foi eleito com mais de 64% dos votos válidos.
Para ilustrar, no primeiro turno (15/11), Gustavo Nunes (PSL) venceu a disputa pela prefeitura de Ipatinga (MG). Além dele, Mão Santa (DEM), em Parnaíba (PI), também levou a maior parte dos votos. Para o segundo turno, nenhum saiu vitorioso. Além de Crivella, no Rio, Capitão Wagner (Pros) não se elegeu em Fortaleza.
Nas redondezas da capital federal, o candidato Maguito Vilela (MDB) venceu o postulante do DEM à prefeitura de Goiânia Vanderlan Cardoso (DEM), mesmo sem ter participado ativamente da campanha. O emedebista está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, após complicações da Covid-19. Inconsciente, ele ainda não soube do resultado apontado pelo TSE.
Partido do vice-governador, Paco Britto, o Avante venceu nas duas cidades onde disputou o segundo turno das eleições. No caso de Manaus, a capital do Amazonas elegeu David Almeida com 51,27% dos votos. Em segundo lugar, ficou Amazonino Mendes, nome tradicional da região, filiado ao Podemos, e terminou a campanha com 48,73% dos votos.
Neto de um dos nomes mais tradicionais da política paulistana, a reeleição de Bruno Covas (PSDB) para a Prefeitura de São Paulo, com 59,45% dos votos válidos, deu um estímulo à possível candidatura do governador do estado, o tucano João Doria, para as eleições de 2020.
Sem esconder a intenção de disputar o Palácio do Planalto, o titular do Palácio dos Bandeirantes ganha novo fôlego para assumir o papel do antagonista do presidente Jair Bolsonaro. A escolha do possível vice deve orbitar dentro dessas legendas aliadas, as quais apresentaram bom desempenho no segundo turno das eleições municipais.
Fonte: Metrópoles.