A tentativa do governo Lula de transformar a redução de 10% no tarifaço dos Estados Unidos em vitória diplomática sofreu um choque de realidade nesta semana. Isso porque a diminuição anunciada pela Casa Branca não foi direcionada ao Brasil, mas sim a todos os países afetados pela medida original deixando claro que o país não recebeu privilégio nenhum.
Na prática, especialistas afirmam que essa redução “global, superficial e automática” não muda absolutamente nada para o Brasil. O tarifaço de 40%, o que realmente trava o agronegócio brasileiro e interfere na balança comercial, permanece firme e sem previsão de ser retirado.
Ou seja: menos 10% não é nada.
E pior: não foi um gesto ao governo brasileiro, como tentou vender o Palácio do Planalto.
Durante entrevista no Air Force One, Donald Trump foi categórico ao descartar novas flexibilizações: “Não acho que será necessário.”
A frase derruba as expectativas da diplomacia brasileira e coloca o país novamente na posição de pressionado e não de parceiro privilegiado. Enquanto isso, os setores produtivos seguem enfrentando o peso da sobretaxa: 73,8% das exportações brasileiras continuam atingidas pelas tarifas adicionais, conforme dados técnicos recentes.
Para economistas, o governo Lula tenta comemorar “pedaços mínimos” de um problema gigantesco. A redução generalizada não representa avanço bilateral, tampouco melhora efetiva nas relações comerciais.
As exportações seguem estranguladas.
A confiança do mercado continua baixa.
E a economia brasileira, que já caminha em terreno instável, perde mais um argumento de recuperação.
No fim das contas, a sinalização vinda dos EUA é clara: o Brasil não foi favorecido, não subiu de importância e continua sob as mesmas pressões econômicas internacionais.
A esperança de um alívio real, por enquanto, segue apenas no discurso longe da prática.




