COLUNA – DANI SALOMÃO | PROFESSORA NÃO É PROSTITUTA

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Por: Fabrício Carpinejar

O machismo contamina a própria tradução de professora. Estava no Google, continua no Aurélio, no Michaelis e no Houaiss.

Enquanto o professor não sofre nenhuma definição pejorativa, a figura profissional no feminino associa o ato de ensinar à estarrecedora iniciação sexual de alunos.

Dicionários repetem o bullying, destratam a categoria. Não venha dizer que é uma acepção popular, brasileiríssima, que é o resultado de várias fontes de pesquisa e de termos consolidados, que os compêndios reproduzem o preconceito mas jamais o aprovam.

Cultura se modifica, filtra-se, corrige-se, ainda mais quando é uma afronta poderosa a um papel sagrado de tutela e influência educacional.

Não dá para aceitar que estudantes realizem pesquisa sobre o significado de professora e encontrem um bordel em vez de uma sala de aula.

Como as professoras serão respeitadas? É mais um feminicídio da língua portuguesa.

Google acabou de retirar a etimologia por pressão popular, que a alcunha também seja suprimida no Aurélio, Michaelis e Houaiss. Que ninguém mais compre dicionário enquanto isso não acontecer.

Fonte: Blog Olhar Digital / Fabrício Carpinejar.