Ministro da Cidadania fala sobre os programas do governo para enfrentar a pandemia e não descarta possibilidade de aumentar as três parcelas do auxilio emergencial

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Onyx Lorenzoni disse que cerca de 120 milhões de pessoas foram de alguma forma atendidas pelo Estado durante esses primeiros meses de isolamento social; os programas custaram ao governo cerca R$ 400 bilhões

Por Cláudio Ulhoa

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, falou com exclusividade aos membros da Associação dos Blogueiros de Política do Distrito Federal e Entorno (ABBP) na manhã desta sexta-feira, 22, via videoconferência. Durante mais de uma hora de entrevista, Lorenzoni explicou sobre as ações de sua pasta e defendeu o governo Bolsonaro ao dizer logo no início da entrevista que se trata de um governo preocupado com o “todo” e que, até o momento, “deu todas as condições” para que seu Ministério “pudesse fazer o enfrentamento” da pandemia de covid-19.

“O presidente Bolsonaro lembrou sempre que nós [ministros] tínhamos que olhar para o todo. E este todo são aqueles brasileiros e brasileiras, que se contam aos milhões, e que, muitas vezes, trabalham de dia para poder levar comida à noite para sua casa”, afirmou Lorenzoni. Ainda neste mesmo tom de defesa do governo, o ministro também ressaltou que o Brasil fora colocados “nos trilhos” após se retirar o “o manto da desconfiança” que teria caído sobre o país durante os governos passados.

Isso foi possível, explica o ministro, graças ao “olhar apaixonado que ele [Bolsonaro] tem pelo Brasil”. Assim, continua ele, foi possível fazer a reforma da Previdência Social, incentivar a liberdade econômica, e a geração de mais de 1,5 milhão de empregos. Os resultados dessas ações que teriam sido feitas pelo governo logo no início do mandato, dão ao Brasil condições para enfrentar os efeitos da pandemia.

Medidas tomadas pelos governos, diz Lorenzoni, ainda antes das eleições, como foi o caso das viagens que o ministro fez junto de Bolsonaro a países como Japão, Coréia do Sul e Taiwan, fizeram com que “a confiança interna e externa” do Brasil crescesse. Como exemplo dessa boa condição, o ministro mencionou a aumento das exportações agrícolas no mês de abril passado. “Em abril batemos recorde na exportação agrícola.”

Rede proteção

Onyx Lorenzoni está à frente de uma das pastas mais acionadas durante a crise da pandemia. Ele ficou responsável por gerenciar os auxílios a cerca de 120 milhões de pessoas, que de alguma forma, precisaram ser atendidas pelo Estado para poder sobreviver durante o período de isolamento social. De acordo com Lorenzoni, juntando todos os programas de assistência social, isso inclui o auxílio emergencial, as linhas de créditos e apoio a trabalhadores com carteira assinada, o gasto do governo será ao fim da quarentena, de R$ 400 bilhões.

O ministro reconheceu que houve e há falhas nos programas, mas ressaltou que o Ministério tem tentado corrigir os erros, como foi caso do recadastramento de pessoas que tinham sido reprovadas na solicitação do auxílio emergencial de R$ 600.

Ampliação dos R$ 600

O governo, segundo Lorenzoni, ainda não estuda a possibilidade de aumentar as três parcelas do auxílio emergencial. Mas também não descartou a possibilidade, já que antes, disse ele, terá que se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o que deve acontecer neste final de semana, para trata do assunto. “Ainda não temos o comando para trabalhar além das três parcelas do auxílio emergencial.”

O governo estuda, para o pós-pandemia, reforçar o programa Bolsa Família

Expansão do Bolsa Família

Conforme os números mencionados por Lorenzoni, há hoje no Bolsa Família, 14.274 inscritos. Esse número vai a 19 milhões de impactados, se contarmos também as pessoas da família que são beneficiadas indiretamente. Mas na avaliação do ministro, o programa tem falha, já que não “focaliza” nos cidadãos mais vulneráveis. Ele aposta na facilitação do microcrédito para as famílias para que o Bolsa Família possa ser “mais robusto na promoção e na melhoria da condição de vida das pessoas”.

Congresso Nacional

Lorenzoni foi até pouco tempo, ministro da Casa Civil, saindo do posto, que fora ocupado pelo general Braga Netto, por suposta incapacidade de fazer acordos políticos junto ao Congresso Nacional. Por ter a função de fazer a ponte entre o Legislativo e o presidente da República, o ministro-chefe da Casa Civil é peça importantíssima na arquitetura do Executivo.

Ele lembrou que nos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff, praticou-se o presidencialismo de coalisão, o que teria gerado “relações complexas e danosas”.

“O Congresso entendeu que não ia nunca mais, no governo Bolsonaro, ter aquele processo de porteira fechada, para fazer o que quisesse”, disse.

Ele lembrou ainda que o primeiro ano do governo foi justamente para mostrar ao Congresso que iria acabar “relações no velho e bom sistema de peso e contrapeso, onde a gente divide em três Poderes”.

“É da natureza de um governo que faz a disruptura, a ruptura com um modelo que vigeu em todos os Poderes nos últimos 40 anos. É claro que isso estabelece dificuldades nessa relação, então a gente vive momento de mais ou de menos tensionamento, exatamente porque é um governo que está fazendo uma modificação”, explicou o ministro da Cidadania.

Ainda sobre sua posição política, Lorenzoni foi indagado sobre a possibilidade de ele vir a concorrer às eleições em 2021 para governador do Rio Grande do Sul, seu estado de origem, ele sustentou: “Eu estou no time. A camiseta que ele [o presidente Bolsonaro] me der eu visto com orgulho e vou jogar o jogo.”

Fonte Blog do Ulhoa