COLUNA – DANI SALOMÃO | Por que existe a desvalorização dos professores temporários no Brasil?

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Por: Eduardo Magregor.
Não importa como eles assim são conhecidos na sua cidade, CT, PSS, PST, ACT, Reda, Categoria ( L, O, S), Emergencial , Eventual, substituto e etc, os professores em caráter de contrato temporário são profissionais de ponta e responsáveis por fazer a educação pública no país funcionar, sem eles milhões de alunos ao redor do Brasil estariam nesse momento sem aula de várias matérias importantes.
Esses profissionais são de vital importância para as redes de ensino em nosso país, prestando um relevante serviço público à população, mas a importância que esses professores tem para educação no país não é repassada de nenhuma forma em termos de valorização.
O caminho esta sendo aberto neste momento para que a realidade desses profissionais possa mudar, Brasília saiu na frente a favor da classe  dos temporários. #ACREDITE.
Talvez você se pergunte, como um profissional tão importante pode ser tão desvalorizado?
Para começarmos a responder essa pergunta, temos que entender primeiro a situação complicada que os  professores das  escolas públicas no Brasil enfrentam. Entre esses problemas incluem:
• Pressão de calendário apertado e falta de tempo para assuntos importantes relacionados com o trabalho (sua preparação, correção de provas, atividades de programação, etc.)
• O grande número de alunos por salas. O que não permite um acompanhamento individual do progresso de cada aluno, comprometendo diretamente o aprendizado.
• A falta de disciplina por parte dos alunos, com reincidência de casos absurdos de indisciplina.
• Assédio moral e sexual.
• Excesso de burocracia que os professores são submetidos.
• A falta de realização pessoal: respostas negativas em relação a si mesmo e trabalho.

 

As situações descritas acima leva o professor a uma exaustão emocional: que é caracterizada pela perda progressiva da energia gerando desgaste, cansaço, fadiga, depressão e etc. Este é um pequeno resumo do cenário que os professores enfrentam.

O mais engraçado é que o temporário, em muitos casos, tem que suprir a falta de professores efetivos por motivo de licença diretamente relacionada com exaustão. A questão maior a ser dita é justamente o fato do professor temporário ter que passar por todas as situações de um professor efetivo, mas sem ter os mesmos direitos. 

Por exemplo, em São Paulo a licença do temporário em razão do falecimento de um parente próximo é de apenas dois dias consecutivos.
Quem se recupera emocionalmente da perda de um parente ou cônjuge em dois dias? Muitos retornam aos trabalhos com relações psicológicas afetadas como exemplo a citar da depressão.
Que qualidade de ensino um profissional vai passar para seus alunos em uma situação dessas?
O sistema de professores temporários no Brasil se alimenta em geral de profissionais desempregados, em inicio de carreira buscando por experiência, ou que ainda estão cursando faculdade.
Na pratica imagine se uma pessoa desempregada há meses, talvez até sem ter dinheiro para se alimentar direito ou com muitas contas para pagar, vai deixar de aceitar uma vaga de emprego. Claramente que NÃO. 
Um outro fator que beneficia esse sistema em aberto (melhoramento), é que aqueles professores que não precisam mais do serviço temporário não estão mais nem aí para este nobre assunto, muitos aqui talvez até venham a compartilhar esse texto, mas não vão comprar uma guerra a favor dos mesmos.
Gostaria de deixar aqui no final uma tenra mensagem de que aos poucos a educação no país pode mudar. Ela vem melhorando, sim, mas, não é o que realmente por igual importa tendo como base a forma em que os cargos efetivos são abraçados é os contratos temporários não. Quem não busca igualitarismo em sua profissão? O mérito existe? Me responda você que é professor temporario ou efetivo em seu cargo. 
Muitos profissionais, não apenas professores, enxergam os problemas no Brasil de forma separada e sem ligação alguma, os problemas da saúde são dos médicos, enfermeiros e doentes, os problemas da violência são dos policiais e vítimas, e os problemas da educação são dos professores e dos alunos, ou seja, o pensamento de muitos é o seguinte:
Se o problema não está me atingindo diretamente então não é problema meu, já tenho problemas demais na minha vida, cada um que faça seus protestos e corra atrás dos seus direitos.

A demonstração do contrário desta fala acima  tomando como exemplo a capital Federal foi a presença que revelou força e alcance de um propósito para milhares de pessoas. Professores temporários do Distrito Federal buscaram refúgio para prorrogar por mais um ano os contratos e foram abraçados por um todo, Deputado Federal Julio César Ribeiro ( Republicanos ), Dani Salomão representante oficial do pleito, Secretaria de Educação ( Leandro Cruz), Câmara Legislativa e Governador Ibaneis Rocha em sanção da Lei.

Então podemos ver aqui, uma ” FRENTE UNIDA “ dos poderes que oficialmente representou 11 mil docentes em caráter temporário no Distrito Federal em favor da vida dos profissionais diante a pandemia causada pelo Novo Coronavirus. Nada supera a força do trabalho. Diz Dani Salomão. 

É verdade que muitos estão por aí lutando pelos direitos dos temporários, grupos de luta são formados todos os dias em prol de uma bandeira, mas a vida desses professores, assim como as de outros profissionais que prestam serviço a diversos estados e municípios, só vai realmente mudar quando todos entenderem que um único pedaço de vareta é fácil de quebrar, mas você já tentou quebrar várias varetas juntas e unidas? A realidade aqui neste momento é que, toda luta é válida e estamos presentes para lutar.
By: Dani Salomão. ” VERDADES COM OPINIÃO ” , #UniaoDosTemporarios.
Fonte: Blog Olhar Digital.