Quatro pessoas estão presas por suspeita de envolvimento no assassinato de Marcus Aprígio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes em Goiânia; um deles é o fazendeiro e suposto dono das terras.
Nesta quarta-feira (18/11) a Polícia Civil de Goiás informou que o motivo do assassinato de dois advogados em um escritório de Goiânia pode ter relação com uma disputa judicial envolvendo uma fazenda avaliada em R$ 46 milhões, localizada em São Domingos, no nordeste do estado. Cinco pessoas são suspeitas de envolvimento no crime que aconteceu em outubro.
À TV Anhanguera, o delegado responsável pelo caso, Rhaniel Almeida, conta que os advogados assassinados haviam obtido êxito em ação contra o dono das terras. “(O motivo pode ser) uma ação milionária envolvendo terras do suspeito em que as vítimas advogam contra. Ainda não conseguimos apurar se este processo teria sido concluído”, explicou.
A família do suspeito de ser o mandante do crime, Nei Castelli, de 58 anos, comprou as terras em 2000 e começou a fazer investimentos. Entretanto, uma outra família, do Paraná, se apresentou afirmando ser dona da propriedade. Nisso, os advogados Marcus Aprígio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes foram contratados e deram início à disputa judicial.
Pagos para matar
A corporação apurou que, se não fossem presos depois dos homicídios, os homens contratados para o crime receberiam R$ 100 mil. Já se fossem encontrados e capturados pela polícia, o valor subiria para R$ 500 mil.
O advogado de defesa de Castelli, Carlos Humberto Filho, informou que aguarda para acessar o inquérito para, então, poder traçar uma estratégia de defesa.
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Prisão do suposto mandante
O fazendeiro suspeito de ser o mandante do crime foi preso na última terça-feira (17/11). Ele estava indo para o estado do Paraná quando foi encontrado em um posto de combustível em Catalão, no sudeste de Goiás.
Com ele, a polícia encontrou R$ 34 mil em espécie que, segundo informado ao delegado, seria usado para “fazer compras”. Ele não confessou o crime.
“A gente não consegue definir ainda se estava indo de forma eventual ou tinha descoberto que estava sendo monitorado”, afirmou o investigador ao canal.
Cinco principais suspeitos de envolvimento no crime
- Nei Castelli – suspeito de ser o mandante do crime. Foi preso em 17 de novembro, em Catalão;
- Jaberson Gomes – suspeito de marcar horário com os advogados e acompanhar Pedro Henrique, o autor do crime. Ele acabou sendo morto em confronto com a Polícia Militar de Tocantins em 30 de outubro;
- Pedro Henrique Martins – suspeito de ter matado os advogados. Ele foi preso em Porto Nacional (TO), em 30 de outubro;
- Hélica Ribeiro Gomes – namorada de Pedro Henrique, autor do crime. Suspeita de receber o dinheiro de Nei Castelli e repassá-lo ao companheiro. Foi presa em 9 de novembro, em Porto Nacional (TO); a polícia ainda investiga se ela tinha conhecimento do crime;
- Cosme Lompa Tavares – suspeito de contratar os executores. Foi preso em Palmas (TO), no dia 9 de novembro
Planos com o dinheiro
Com a esperança de receber até R$ 500 mil, os autores do crime faziam planos de reformar e comprar imóveis, segundo informado pela polícia.
Contudo, os suspeitos foram presos antes do pagamento do serviço e, no caso de Jaberson Gomes, acabou morto durante o confronto. Eles chegaram a receber R$ 9 mil para custeio de hospedagem e alimentação em Goiânia no período necessário para execução do crime.
“Em um primeiro momento, o Pedro Henrique alegou que o crime se tratava de uma tentativa de roubo, ou seja, teria sido um latrocínio. A gente acredita que ele alegou isso até mesmo na expectativa de um dia receber todo o dinheiro prometido”, disse o delegado.
Fonte: Correio Brasiliense.